"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





segunda-feira, 16 de maio de 2011

Anagallis arvensis L.


Nome vulgar: Morrião


Anagallis arvensis L., chamado vulgarmente Morrião, erva-do-garrotilho, morrião-dos-campos, morrão-vermelho, Morrião-vermelho é uma espécie pertencente ao género Anagallis e à família das Primulaceae, grupo botânico que inclui cerca de 1.000 espécies de plantas herbáceas, incluindo muitas espécies ornamentais.
Anagallis arvensis é uma pequena planta infestante de porte rasteiro, herbácea e anual.
A planta ramifica-se desde a base em numerosos caules de seção acentuadamente quadrangular e de hábito prostrado criando raízes na zona em que os nós inferiores tocam no solo.
As folhas são opostas, sem pecíolo, de forma ovada e pontuadas por numerosas glândulas que produzem e segregam substâncias químicas que têm algum grau de toxicidade e que devido ao seu sabor desagradável funcionam como dissuasor alimentar protegendo a planta contra os predadores e os organismos patogénicos. As folhas superiores são mais estreitas que as inferiores. A Anagallis arvensis floresce de fevereiro a outubro.
As pequenas flores, vistosas pelas suas cores e formato, nascem solitárias na axila das folhas sobre pedúnculos de comprimento variável.
Podem ser azuis ou cor de laranja com um anel de cor púrpura no centro correspondente aos 5 estames de filamentos pilosos, com anteras amarelas que saiem da base da corola e chegam até metade da mesma. A corola tem 5 pétalas radialmente simétricas e de forma oval que estão soldadas na base, pelo que caiem juntas.

As 5 sépalas que protegem a corola são persistentes, estreitas e curvas no ápice e são visíveis por entre as pétalas.

Os frutos são pixídios ou seja, cápsulas redondas rodeadas pelas sépalas cuja parte superior se abre como uma tampa quando ficam maduros. O pedúnculo que segura os frutos dobra com o peso e as numerosas sementes castanhas, em forma de pirâmide truncada com tufo de pelos, são expelidas e levadas pelo vento.
Anagallis arvensis é uma espécie com origem mediterrânica e encontra-se um pouco por todo o hemisfério norte. É essencialmente uma planta infestante que se aclimatou bem a vários habitats, essencialmente terrenos incultos ou cultivados, subtraindo espaço e azoto às culturas agrícolas. Em Portugal encontra-se presente em todo o território incluindo as dunas do litoral. Anagallis arvensis é utilizada como planta medicinal principalmente como laxante, diurética e cicatrizante. Devido ao seu grau de toxicidade deve usar-se com parcimónia.


Anagallis arvensis é muito semelhante a outras espécies do género Anagallis que florescem nos mesmos habitats e têm o mesmo período de floração, como por exemplo a espécie Anagallis monelli

Seguem-se as diferenças básicas entre estas duas espécies:

Anagallis arvensis:
- tem as flores de menor tamanho e as pétalas são dentadas nas margens devido à presença de pelos;
- as sépalas são muito visíveis no intervalo das pétalas;
- as folhas são mais largas.

Anagallis monelli:
- tem as flores de maior tamanho, de margens lisas e encurvadas;
- as sépalas não são visíveis por entre as pétalas da corola;
- as folhas são mais estreitas

Fotos - Areia Branca e Caniçal/Lourinhã


2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Tenho esta planta no meu jardim e nunca percebi porque é considerada uma "invasora". Só a vejo muito amiúde por ai e nunca a vi em grandes quantidades, muito pelo contrário, raramente a encontro e tenho de procurar por ela para a ver. A do meu jardim é apenas uma plantinha, que dá flores azuis, e cresce todos os anos no mesmo sitio, á beira de um caminho. Adorava ter em vermelho, mas ainda não encontrei nenhum em lado nenhum... "Invasora" o tanas!

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