"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





terça-feira, 22 de março de 2011

Centranthus calcitrapae (L.) Dufresne

CALCITRAPA

A Centranthus calcitrapae é uma planta da família botânica Valerianaceae a qual inclui mais de 400 espécies de plantas herbáceas e alguns arbustos, entre plantas silvestres, ornamentais e ervas aromáticas.
A Centranthus calcitrapae, de nome comum Calcitrapa, distribui-se pelo Sul da Europa e região mediterrânica. Em Portugal podemos encontrar esta espécie em quase todo o território, sendo frequente em terrenos incultos e soalheiros.
É uma planta herbácea anual, relativamente baixa mas podendo atingir os 60 cm de altura.
Os caules são eretos, delgados e ocos, simples ou ramificados, frequentemente com tonalidades avermelhadas.
As folhas da base da planta são providas de pecíolo, obovadas ou seja, em forma de ovo, mas mais estreitas na base e com a margem inteira serrilhada.
As folhas superiores têm pecíolo curto ou inexistente e têm forma lanceolada mas com a maior largura um pouco acima do meio.

São também bastante divididas, com o segmento terminal arredondado e muito maior que os laterais, os quais diminuem gradualmente de dimensões na direção da base da folha. 
O limbo encontra-se dividido para além do meio embora não atinja a nervura mediana.
Resumindo, em termos técnicos diríamos que as folhas superiores do caule são oblanceoladas, liradas e penatipartidas.
As flores são muito pequenas, quase minúsculas, de cor rosada e estão dispostas em inflorescências compostas, de superfície plana, do tipo cimeira, em que o pedúnculo termina numa flor que floresce em primeiro lugar. As outras flores aparecem sucessivamente em direção à periferia, em pedicelos secundários e por vezes terciários.

As inflorescências estão providas de brácteas que são folhas modificadas, situadas mais ou menos perto das flores e cuja função é a de as proteger.
Cada corola é formada por 5 pétalas que abrem no topo de um tubo curto e afunilado mais estreito em baixo do que em cima e com um pequeno esporão na base.
As flores são hermafroditas já que apresentam tanto estruturas femininas (gineceu) como masculinas (androceu).
Os órgãos masculinos abrem antes dos femininos, com intervalo de alguns dias, durante os quais é feita a polinização, geralmente por insetos.

Nesta espécie, o androceu está reduzido a um só estame sem pelos e proeminente, com uma antera na ponta, e um estilete. A antera, situada na ponta do estame é um saco onde são produzidos os grãos de pólen. O estilete é um tubo estreito que liga o estigma ao ovário. O estigma possui um líquido pegajoso que contribui para a fixação do pólen.
Cada fruto tem apenas uma semente a qual é provida de um papo de sedas plumosas, para melhor ser levado pelo vento.
A Centranthus calcitrapae floresce de março a julho ou agosto e vive em terrenos arenosos ou removidos, cultivados ou incultos, desde o nível do mar até cerca de 1800 metros de altitude.
SOBRE A FAMÍLIA DAS VALERIANACEAE:
Muitas espécies da família das Valerianaceae têm um odor característico quando secas. Este odor deve-se à presença do ácido valeriânico ou valérico e seus derivados. Estes compostos são muitas vezes abundantes nas raízes. Os extratos de folhas e raízes de algumas espécies têm propriedades medicinais e são usados para problemas do sistema nervoso. Outras espécies, nomeadamente originária dos Himalaias, são usadas para fazer perfumes e corantes. Certas espécies europeias são consumidas em saladas. Contudo, algumas plantas contêm venenos altamente concentrados, pelo que no caso das espécies desta família, tal como noutros casos, é necessário extremo cuidado com a escolha das plantas silvestres. Nem tudo o que é natural é apropriado para ser ingerido.

Fotos: Areal Sul/Areia Branca e Arribas da Praia do Caniçal/Lourinhã


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